Tuesday 8 October 2013

(Na mesma mesa, dois minutos depois, aquele ministério da Educação improvisado ainda trocava impressões pedagógicas.)

Ela noutro dia chamou-me estúpida. Eu dei-lhe duas chapadas e disse-lhe:
-É para aprenderes a não me chamares estúpida.
E ela pôs-se a correr pela casa, enfiou-se na cozinha e bateu com a porta. Eu fui ter com ela e dei-lhe mais duas para ela aprender a não bater com a porta. Quando a mãe chegou, ela começou a chorar e a dizer:
-Ó mãe, a avó só me bateu!
E a mãe disse-lhe:
-Se a avó te bateu é porque andaste a aprontar. O que é que tu fizeste?
E ela disse:
-Eu não fiz nada!
E eu disse:
-Diz lá à tua mãe o que chamaste à avó.
E ela disse:
-Eu não chamei nada.
E eu disse:
-Diz lá à tua mãe o que chamaste à avó.
E a menina começou a choramingar e lá disse:
-Estúpida.
A mãe dela deu-lhe uma na boca, logo, vocês deviam ter visto. É porque se não elas começam com estúpidas e depois estão a chamar tudo a todas e a fazer o que lhes apetece e não respeitam ninguém.

-no café Konjevi, 
obrigado Chelas #2.
(4 Outubro)

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