Wednesday 22 October 2014



A minha parte preferida nos dias de greve é a indignação. É que nós somos muito bons em muitas coisas e os melhores em algumas mas na queixa somos campeões olimpicos desde que a modalidade foi introduzida. E nem chuva em Agosto, nem calor em Dezembro - nem sequer um penalti mal marcado ao Benfica ou uma subida de impostos - nos faz queixar tanto quanto um bom dia de greve.

E apesar de passarmos o dia a ouvir as pessoas a queixar-se, confirmamos que tanto o velho encostado ao balcão do café mais popular, com a camisa de mangas curtas axadrezada enfiada por dentro das calças que usa quase ao umbigo como o menino de fato e barba feita num elevador espelhado a caminho do vegésimo e tal andar, só têm duas queixas a fazer.

As duas queixas do costume, que tanta indignação provocam:
1) que a greve é inconveniente, que provoca alterações à rotina e aos planos de todos, que não dá jeito nenhum.
2) que as profissem que têm mais direitos são as que mais greves fazem.

Parece-me que isto pode estar tudo interligado de alguma forma. Dá que pensar.



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